quinta-feira, 11 de maio de 2017

O FENÔMENO DAS LINGUÁS ESTRANHAS


FALAR EM LINGUÁS
Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar.De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados.E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles.Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. " At 2:1-4 

PRATICAMENTE, cada geração da cristandade tem testemunhado o desenvolvimento de algum novo movimento (bom ou ruim) dentro de suas fileiras. Os apóstolos tinham que guardar a verdade contra os judaizantes e o progredir do gnosticismo incipiente. A era pós-apostólica estava cheia da controvérsia e do desenvolvimento de novos "ismos" – Docetismo, Cerintianismo, Eutiquianismo, Nestorianismo, Sabelianismo, Arianismo etc. Agostinho lutou contra o Pelagianismo. Mesmo o período da Idade Média viu a atividade dos anabatistas e a instituição das várias ordens católicas romanas (Agostinianos Dominicanos, Franciscanos, Jesuítas etc.).
No século XVI eclodiu a poderosa Reforma Protestante, com os desenvolvimentos subsequentes dos maiores grupos eclesiásticos (Luteranos, Reformados, Anglicanos, Presbiterianos) e dos menores dissidentes. Mais tarde, a cristandade americana contribuiu com muitos grupos distintos – Mórmons, Campbellitas, Testemunhas de Jeová Adventistas do Sétimo Dia etc. O século vinte também tem testemunhado sua parte de novos desenvolvimentos. Um movimento-chave tem sido o Pentecostismo, com sua ênfase sobre o Espírito Santo e dons espirituais. O próprio Protestantismo Americano ficou dividido em grupos liberais e fundamentalistas, que resultaram na formação de novas denominações. O velho liberalismo logo cedeu lugar ao surgimento da neo-ortodoxia e do neo-liberalismo. Também ele promoveu o movimento ecumênico, com seu alvo final: a união com a Igreja Católica Romana. Até o Protestantismo conservador não permaneceu estagnado. Hoje em dia, ele está dividido em fundamentalismo e o novo evangelismo.
Agora, o movimento mais recente no cenário cristão americano é o reavivamento carismático ou o novo Pentecostismo, dando ênfase especial à cura milagrosa e ao falar línguas estranhas. Em menos de dez anos de existência, ele tem produzido um impacto profundo sobre a vida eclesiástica de todas as denominações. Visto ser um movimento contemporâneo, compete a cada cristão conhecê-lo quanto a sua natureza básica e examiná-lo à luz das Escrituras.

A  Importância  Deste  Estudo

O simples fato de o fenômeno de falar línguas estranhas ou glossolalia (proveniente do grego glossa, língua e laleo, falar) se achar na Bíblia deve ser causa suficiente para merecer uma plena investigação. O fenômeno é mencionado em três livros: Marcos, Atos e I Coríntios. Como uma parte mui expressiva da vida da igreja primitiva, está sempre relacionado com o ministério do Espírito Santo. Foi uma evidência da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes (At. 2:1-4) e da recepção inicial do Espírito em pelo menos dois casos (At. 10:44-48; 19:1-7). O falar em línguas estranhas foi também um dom espiritual exercido pela igreja em Corinto (I Cor. 12-14). Uma compreensão da natureza e dos propósitos de tais fenômenos nos tempos bíblicos é, portanto, imprescindível para cada crente.
O crescimento rápido do Pentecostismo no século vinte também contribuiu para a importância deste estudo. A revista Time o classificou como a "igreja que mais cresce no hemisfério". (1) Life a considerou como "a terceira força", igual, em significação, ao Catolicismo Romano e ao Protestantismo histórico. (2) O Dr. Henry P. Van Dusen, ex-reitor do Union Theological Seminary (New York), pensava que o movimento Pentecostal, com sua ênfase sobre o Espírito Santo, fosse "uma revolução comparável, em importância, ao estabelecimento da Igreja Apostólica original e com a Reforma Protestante". (3) Tais declarações assumem ainda maior significação quando se reconhece que o falar em línguas estranhas é a "doutrina mais saliente e talvez a característica mais espetacular do Movimento Pentecostal". (4) Este ponto importante do Protestantismo não pode ser desprezado; pelo contrário, deve ser inteiramente compreendido.
Menos de vinte anos atrás, Brumback confessou: "Vamos encarar os fatos: o falar em línguas estranhas não é aceito em parte alguma, senão no Movimento Pentecostal." (5) Hoje em dia não se pode dizer isso, porque o falar em línguas estranhas está sendo admitido agora como uma parte da vida normal, tanto pessoal como na igreja, entre batistas, episcopais, luteranos, metodistas, presbiterianos e até católicos. Essa erupção de línguas entre as denominações históricas tem sido chamada a Nova Penetração, o Novo Pentecostismo, a Renovação (ou Reavivamento) carismática e o movimento moderno de línguas. Tanto igrejas, escolas, juntas de missões liberais e conservadoras como publicações têm sentido o impacto desse novo movimento, que tem sido tão largamente difundido que até os meios seculares de comunicação (rádio, televisão, jornais e revistas) têm-lhe dispensado atenção. Assim, torna-se importante para cada crente compreender a natureza dessa nova manifestação de glossalália.
A pesquisa para esta obra centralizou-se no estudo pessoal da Bíblia, em teologia e comentários padrões e em publicações contemporâneas (revistas e jornais). São raros os livros que tratam desse fenômeno contemporâneo. Todas as citações das Escrituras (nesta tradução do inglês) são da Revisão da Imprensa Bíblica Brasileira e as palavras gregas, do Greek New Testament (Novum Testamentum Graece), de Nestle.

Manoel Messias



(1) Time, LXXX (2-11-1962), p. 56.
(2) Life, XLIV (9-6-1958), p. 113.
(3) Citado por John L. Sherrill, They Speak With Other Tongues (New York, McGraw Hill Book Company, (1964), p. 27.
(4) Carl Brumback, What Meaneth This? (Springfield, Mo.: The Gospel Publishing House, 1947), pp. 99, 147.
(5) Ibid., pp. 175 e 176. 

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