domingo, 9 de abril de 2017

ORIGEM DOS FEITOSAS

"Dentre as várias famílias do Brasil, algumas formam grandes aglomerados de interação, mantendo características bastante típicas de seus hábitos e costumes, por conseguinte, conservando em seu seio a tradição histórica ao longo dos séculos de ocupação, sendo isto também observado na família Feitosa, fato que implica diretamente no deslinde de sua origem." (Heitor Feitosa Macêdo )

Lá pras bandas de Parambu, cidade dos Inhamuns no sertão do Ceará, existe uma localidade abandonada chamada de Cococi. Já foi uma cidade, mas hoje é uma vila fantasma, deserta e em ruínas. O povo tem medo até de passar por lá. Diz-se que tem assombração. Depois que anoitece não é bom ficar em Cococi.
Uma vez no mês de dezembro, perto do Natal, um vaqueiro voltava sozinho para Parambu e despercebido como estava, entretido com o silêncio da estrada e sonolento com o trote do animal, viu que já estava passando por Cococi, justamente quando já era noite. A solidão era fatal e assustadora. Sentiu uma atmosfera pesada, uma sensação de sufocamento, uma ansiedade incômoda esmagando-lhe o peito. As casas em ruínas projetavam suas sombras e esgueiravam-se pelas ruas desertas. Há coisas das quais não é possível se dar conta, coisas tantas, materiais, espirituais e misteriosas, que não é de nossa compreensão.
Mergulhado na escuridão do lugar, o vaqueiro temeroso, vislumbrou uma sombra imprecisa, uma sombra tal como projetada pela lua, que se assemelhava ao vulto de uma criança, mas não era a sombra de um ser vivente. Era vaga, disforme, imprecisa e com certeza não era uma sombra humana. O cavalo estancou assustado. O vaqueiro teve a impressão de ter visto a figura frágil de uma menina no meio das ruínas. Ele se aproximou e viu mesmo uma menininha, acocorada, faminta e assustada, num cantinho assim, entre as ruínas de uma casa velha.
Comovido, o vaqueiro colocou a inocente criatura na garupa e rumou para casa. A mulher dele se alegrou muito, pois ainda não tinham filhos e ela sempre sonhou em ter uma menina. E como já estava perto do Natal, seria muito bom ter criança em casa. Planejavam até mesmo adotá-la, caso ninguém procurasse por ela. O vaqueiro saiu para tanger umas cabeças de gado e iria se ausentar por uns dias, prometendo voltar a tempo para a ceia natalina. A mulher ficou em casa com a menina, ansiosa pelo retorno do vaqueiro.
Passado os dias, o vaqueiro retorna para casa. No caminho experimentava uma incômoda e angustiante sensação, como se percebesse a proximidade da morte e a temível sombra que a precede. Um pressentimento de que se encaminhava para uma terrível desgraça também o acompanhava. Agitava a cabeça como que para expulsar os pensamentos agourentos, dizendo consigo mesmo que não haveria de ser nada.
Ao chegar a casa, mal a reconheceu! No lugar havia apenas uma velha casa em ruínas, como se tivesse já transcorrido uns cem anos, desde que partira. Enlouquecido, o vaqueiro saiu em busca de respostas e todos diziam que aquela casa já estava abandonada há muitos anos e que lá morava uma velha e solitária senhora cujo marido a tinha abandonado e desaparecido sem deixar vestígios.

Ha muito o que se pesquisar sobre a família Feitosa. Não se resume em pequenos apanhados, mas em inúmeros escritos e livros que conta a saga de uma família que parti de Portugal no século XVII se instalando no Sesmaria no Ceará.
“Os Feitozas são descendentes de europeus, mas, muitos dos ramos têm sangue mestiço e possivelmente raros são os que não teriam a coloração dos primitivos habitantes do Brasil”.
Deste pressuposto, vamos em buscar das verdadeiras fontes de suas origens, não duvidando das já existentes pregadas pelas famílias atuais. Deste, falaremos mais em outro post.

Manoel Messias
Genealogia dos Feitozas
INTRODUÇÃO AS CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
CAMPO DE ESTUDO E PESQUISA
TEO: MANOEL MESSIAS


Trabalho: Diferenciar Ciências da Religião e Teologia sob o prisma da Teologia Reformada.

INTRODUÇÃO:
1.0. DEFININDO CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
O homem desde os seus primórdios efetiva rituais para manter uma comunicação com o que ele chama de "sagrado". É no sentido de compreender esta "comunicação", os fenômenos que a religião introduz no seio da sociedade e a relação homem x sagrado que ciências e filosofias como a sociologia, antropologia, psicologia, teologia e outras utilizam de seus cabedais teóricos para cientificamente os analisarem.
Ciência da Religião é a área de investigação sistemática que tem como base uma estrutura multidisciplinar formada a partir do enfoque ao fenômeno religioso, em aspectos gerais, por várias Ciências, como: a Antropologia, a Filosofia, a História, a Psicologia,a Fenomenologia da Religião, a Sociologia e a Teologia, entre outras.
Ciência da Religião é a disciplina empírica que investiga sistematicamente religião em todas as suas manifestações. Um elemento chave é o compromisso de seus representantes com o ideal da neutralidade frente aos objetos de estudo. Não se questiona a “verdade” ou a “qualidade” de uma religião. Do ponto de vista metodológico, religiões são “sistemas de sentido formalmente idênticos”. É especificamente este princípio metateórico que distingue a Ciência da Religião da Teologia. Desta forma, as ciências da religião são na verdade um conjunto formado por várias outras com o intuito de estudarem a religião e suas conseqüências na mentalidade humana.
Quanto à ciência da religião é ela um tipo de estudo em que se absorvem vários métodos das ciências que estudam a religião aglutinando-as num único trabalho.

2.0. OBJETIVO DAS CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
O objetivo da Ciência da Religião é fazer um inventário, o mais abrangente possível, de fatos reais do mundo religioso, um entendimento histórico do surgimento e desenvolvimento de religiões particulares, uma identificação e seus contatos mútuos, e a investigação de suas inter-relações com outras áreas da vida. A partir de um estudo de fenômenos religiosos concretos, o material é exposto a uma análise comparada. Isso leva a um entendimento das semelhanças e diferenças de religiões singulares a respeito de suas formas, conteúdos e práticas. O reconhecimento de traços comuns do cientista da religião, permite uma dedução de elementos que caracterizam religião em geral, ou seja como um fenômeno antropológico universal.
A Ciência da Religião tem uma estrutura multidisciplinar. Trata-se de um campo de intersecção de várias sub-ciências e ciências auxiliares. A História da Religião, a Sociologia da Religião e a Psicologia da Religião são as mais referidas.
3.0. CIÊNCIA DA RELIGIÃO, CIÊNCIAS DA RELIGIÃO, CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES?
Ao escrever o artigo “Ciências da Religião: de que mesmo estamos falando?” para a revista de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o professor Antônio Gouvêa Mendonça explica esta diferença afirmando que Independentemente do nome que se dê a essa área de conhecimento, seja Ciência da Religião, Ciência das Religiões ou Ciências da Religião, o primeiro problema que se coloca é este: qual é seu objeto? O que se estuda mesmo sob esse ou aquele título?
No Brasil, o problema se torna mais agudo por causa da pressão cultural da Teologia, essa entendida, antes, como formadora profissionalizante de agentes religiosos e, depois, como ciência normativa. Sendo assim, e por não se discutir o objeto, uma área de estudos que não forme profissionais e nem ao menos produza e reproduza normas de conduta, é desnecessária e mesmo perigosa, porque, eliminadas tanto uma coisa como outra, abre as portas para a reflexão e, conseqüentemente, para a crítica.
Em uma entrevista à Revista de Estudos da Religião diz Edênio Valle da PUC de São Paulo, se digo “ciência”, afirmo que realmente as ciências têm um aparato teórico, metodológico e uma epistemologia comum [...]. Então, é voluntarista falar em “ciência”. Agora, minha dúvida vem mais da palavra “religião”, porque na realidade há um mosaico de religiões e, com a modernidade, com a crise da modernidade, aumenta o número de religiões, tanto que cada indivíduo, cada grupo está criando sua religião – fica difícil falar em “religião”. Mas, ao mesmo tempo, num olhar mais filosófico e teológico, também é possível falar na coisa fundante mais ou menos comum. Por isso, penso que ainda é melhor manter “Ciências da Religião”. Agora, o estudo científico não se faz sobre religião, esse é um universal abstrato, se faz sobre religiões. Então, há razão para falar em Ciências das Religiões.



4.0. O OBJETO DE ESTUDO DAS CIÊNCIAS DA RELIGIÃO E DA TEOLOGIA.
Não tratam as Ciências da Religião e a Teologia do mesmo objeto, que é Deus? A resposta é não. Essa é a grande questão, causadora de mal-entendidos, receios e resistências. Tenta esclarecer esse ponto essencial O professor Antonio Gouvêa, ainda que não vá aqui a pretensão de dar um ponto final à questão. Apesar da longa tradição de estudos de religião que a Europa possui, ainda hoje lá se discute a relação entre Teologia e Ciências da Religião, às vezes ainda com paixão.
O objeto da Teologia e das Ciências da Religião não é o mesmo. O objeto da Teologia é, portanto, Deus. A Teologia é uma ciência de Deus. A tradição que nos veio trouxe consigo uma Teologia metafísica e, por conseqüência, dedutiva a partir dos grandes princípios da revelação escrita e mesma da natureza, embora às vezes esta seja considerada uma revelação secundária. Em resumo, a Teologia, seja ela dedutiva (metafísica) ou indutiva (empírica), é uma ciência de Deus. Seu objeto é Deus. O conceito de ciência aplicado à Teologia não é consensual, ao menos no sentido comum de ciência.
Qual é o objeto das Ciências da Religião? As Ciências da Religião estudam não Deus, mas suas formas de expressão, em resumo, nas pessoas e na cultura. Nesse ponto, Ciências da Religião se distinguem da Teologia, porque não cogitam de questões a respeito de Deus, como sua existência e natureza. Estudam efeitos e não causa.
Até a época moderna, a teologia apresentava-se como a única autoridade e fonte de normatividade em assuntos de religião. Essa pretensão foi colocada em xeque, primeiro pela filosofia iluminista, depois pelas ciências sociais, que recorreram ao famoso “princípio de exclusão da transcendência”, ou princípio de ateísmo metodológico. Contudo, para que a teologia seja assumida como um dos campos de conhecimento das ciências da religião, ela deve repensar o seu lado normativo. Fica claro que ela não pode mais instrumentalizar estudos de religião para “provar” a superioridade da fé cristã, e que ela deve renunciar a justificar e tornar plausível, racionalmente, uma revelação religiosa, a fortiori uma igreja como mediadora necessária da salvação. Uma das suas tarefas é a crítica dos sistemas interpretativos da religião – os sistemas teológicos -, enquanto hermenêutica da sua dimensão radical de sentido. Isso significa que o horizonte do trabalho teológico não é a Igreja como espaço próprio, mas o mundo de todos. O seu objeto é a realidade antropológica e social de todos. Os seus métodos de aproximação do objeto participam de uma racionalidade e desenvolvem uma argumentação de pertinência pública (voltadas para a opinião pública em geral e a comunidade acadêmica em particular), em interação com outras abordagens do mesmo objeto, como as ciências empírico-hermenêuticas e a filosofia da religião. O seu trabalho, centrado na significação social e cultural da religião, inscreve-se, em toda a sua extensão, na ordem ampla do humano e de suas produções sócio-culturais, as quais deverão sempre ser apreendidas em função de genealogias históricas.
O objeto da teologia como ciência hermenêutica só pode ser a religião no sentido amplo da palavra, que inclui sempre como pressuposto (ou pré-compreensão) uma posição de fé indispensável para a compreensão do que é “dado”. A teologia encontra o seu ponto de partida, não nos dogmas oficiais e tampouco num modelo teológico normativo confessional, mas na experiência humana concreta, postulando a presença de uma dimensão religiosa em toda experiência autêntica. Apresenta-se como uma hermenêutica da dimensão radical de sentido ou da dimensão religiosa das culturas (incluindo a esfera especificamente religiosa das mesmas). Ela não investiga o fenômeno religioso a partir de fora, mas desenvolve um esforço de auto-compreensão no interior da vida de fé. Enquanto visa uma compreensão sistematizante capaz de aprofundar-se a partir de recursos metodológicos próprios, merece ser considerada como “ciência”. Com Paul Tillich e Juan Luis Segundo, entendemos a “fé” como estrutura e dimensão antropológica parcialmente acessível a uma intuição e uma sistematização “racionais”. Ela inclui uma dimensão pré-racional, do ponto de vista da racionalidade empírico-formal, mas não pode ser de modo algum qualificada de “irracional”. Mesmo subsistindo um elemento irredutível à análise, este não deixa de ser accessível a uma certa forma de intuição. A experiência religiosa pode ser racionalmente elaborada com o auxílio da fenomenologia, da filosofia e das ciências humanas; atravessando sucessivamente uma série de níveis de análise, até identificar o “componente essencial e irredutível da fé religiosa”, que ainda pode ser reconhecido pela razão como transcendendo – sem negá-lo – seu próprio domínio (é o método adotado por Kant na “Religião dentro dos limites da simples razão”). A razão mostra-se capaz, com seus próprios recursos, da intuição de um “além da razão” que parte dela e a ultrapassa sem contradizê-la. Podemos discernir esse momento de autotranscendência da razão,como momento que pode ser chamado de ultra-racional ou trans-racional, não de irracional. Aliás, o reconhecimento da autotranscendência da razão não prejudica de modo algum a possibilidade e obrigação para a teologia de submeter os momentos ou níveis preliminares, que constituem o entorno da dimensão irredutível da experiência religiosa, à crítica racional que lhes corresponde. Pertenceria a essa crítica – num certo sentido, “normativa” – a denúncia das perversões desumanas do religioso, de sua ambivalência congênita, das manipulações ideológicas e das legitimações sacralizantes de poderes opressores e de comportamentos anti-éticos que ele autoriza ou até incentiva. A teologia cumprirá essa tarefa, muitas vezes já assumida pela filosofia e pelas ciências sociais críticas, a seu modo e na sua linguagem própria. Os juízos de valor emitidos sobre o religioso concreto deverão partir da experiência humana concreta e das valorações que derivam dessa experiência, como os princípios éticos.

5.0. REVOLUÇÃO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Em seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, Max Weber atribuiu conseqüências históricas mundiais a esta reviravolta nos conhecimentos. Inaugurando um dos maiores debates intelectuais das Ciências Sociais, afirmou que o capitalismo industrial moderno não poderia ter surgido sem o ascetismo espiritual, que contribuiu para formação da personalidade da classe média empresarial. Nessas camadas o trabalho vocacional sistemático foi religiosamente consagrado — o sucesso no trabalho era interpretado como indicação de que o indivíduo passara a fazer parte daqueles predestinados pela determinação inescrutável de um Deus misterioso. Desta forma, os temores religiosos, pela própria salvação foram mobilizados para autodisciplina consciente do homem profissional. Este se propõe a dirigir o mundo que ele ao mesmo tempo rejeita, com o objetivo de cooperar na criação do Reino que há de vir.
O esquema de Weber para o surgimento do capitalismo entre a burguesia racional pode ser assim resumindo em detalhes:
As doutrinas religiosas de Lutero, e principalmente as de Calvino, definiram, sob outra forma, a relação do cristão com seu trabalho diário. Tanto na língua inglesa, como na alemã — e nestas somente nas traduções protestantes da Bíblia — o termo chamado Calling, ou Beruf refere-se tanto na à ocupação profissional, como ao destino religioso. Segundo a doutrina calvinista da predestinação, cada homem será salvo ou condenado pelo julgamento inescrutável de um senhor inflexível. Esta doutrina lança grandes ansiedades sobre o crente piedoso, que teme estar entre os condenados. E o que é mais grave, essas ansiedades não serão mitigadas pelo isolamento de uma vida monástica, nem por uma conduta religiosa exemplar, como a dos santos medievais. Estas vias foram bloqueadas pela teoria de que Deus colocou o homem no mundo de sua criação, junto a doutrina de que o Senhor já escolheu ou condenou todos os homens. Portanto, as obras piedosas, como donativos a igrejas, orações freqüentes e peregrinações, tornaram-se tentativas sem sentido e inúteis para modificar a vontade impenetrável de Deus. Existe, de fato, somente um caminho para se obter os sinais do estado de graça, como um presságio da eleição divina: a adesão metódica ao código de conduta agradável a Deus seja qual for a condição em que se encontra o fiel.
Weber denominou este código de conduta, na forma em que surgiu historicamente através de seitas puritanas, de espiritual ou ascetismo temporal, isto é, a renuncia ao gozo dos prazeres mundanos dentro do próprio mundo. O puritano procura realizar uma vida quase monástica sem, no entanto, tornar-se um monge, proclamando as normas desse ascetismo para, assim, conquistar o mundo, em lugar de abandoná-lo. A realização deste intento requer uma auto-observação metódica e sistemática, e uma disciplina constante. A repressão dos impulsos da desobediência ao código religioso servia aos puritanos piedosos como uma indicação de sua condição de eleito aos olhos de Deus. No entanto, o código religioso, negando indulgência com relação às alegrias proporcionadas por festas e bailes, pela satisfação sexual e até pelo sono ( o ideal de um longo dia de trabalho) deixava aos puritanos a concentração no trabalho como sua melhor técnica ascética. O homem piedoso deve renovar sempre seus esforços, pois não existe para ele qualquer garantia ou segurança de seu destino. Em face de uma possível condenação, quaisquer esforços e tribulações neste vale de lágrimas serão menos pesados. Deste modo, a culpa estimula-o a intensificar o seu trabalho: o homem profissional é, então, aquele que agrada a Deus.
A ética religiosa do puritano o impede de investir os frutos de seu trabalho no consumo de ostentações, como cavalos e carruagens, mansões e propriedades feudais; mas por outro lado, ele acredita que aquele que não trabalha, também não deve comer. Por esta razão, despreza a prática de esmolas aos pobres, vagabundos e similares defendida pelo Catolicismo. As entidades filantrópicas dos puritanos em favor dos órfãos, mendigos vagabundos e dos velhos, consistem em instituições que abrigam essas pessoas, de forma organizada. Existe apenas um meio pelo qual o puritano pode usar a sua riqueza acumulada: investi-la e reinvesti-la em empresas produtivas, pois isto permite a extensão das oportunidades de salvação a muitos outros pobres. O negociante puritano salva, desta forma as almas dos pobres, usando-os como sua mão de obras e eles, por sua vez, adquirem uma nova disciplina de trabalho, tornando-se confrades de seu empregador. Com vistas a salvação, eles renunciam a inúmeras festividades alegres, representações de peças teatrais, em dia que eram feriados para os trabalhadores católicos da Idade Média. Deste modo, o puritano torna-se um trabalhador incansável, assegurando seu estado de predestinado e, como um homem santificado, conquistando o respeito de seus companheiros de crença, quanto mais se expandem os seus negócios.
A análise de Weber revela o impacto que um credo exerce sobre a formação de um tipo de caráter. A insegurança motivada pela religião, suas fugas, também determinadas por ela, estabelecem recompensas para atitudes e traços psíquicos específicos, como a poupança, o trabalho árduo, o controle de conversas ociosas, a humildade, o contínuo autocontrole a objetividade. Esta estrutura de caráter, por sua vez, torna-se economicamente importante pelo fato de garantir as vantagens da competição sobre os agentes econômicos tradicionais e menos frugais.
6.0. DIFERENÇA ENTRE OS TEÓLOGOS DOS CIENTISTAS DA RELIGIÃO
Os teólogos são especialistas religiosos. Os cientistas da religião são especialistas em religião. Essa diferença diz respeito a pontos essenciais:
6.1. Enquanto os teólogos investigam a religião à qual pertencem, os cientistas da religião geralmente se ocupam de outra que não a sua própria. A tarefa do teólogo é proteger e enriquecer sua tradição religiosa. É sua religião que está no centro do seu interesse. A sede de saber teológico diminui à medida que se afasta desse centro. Os teólogos alemães, por exemplo, concentram-se na religião majoritária dos seus conterrâneos. Apenas poucos pesquisadores ocupam-se das religiões dos letões, escoceses ou sicilianos. Cristãos em Maláui, Luzon’ ou nas Ilhas Cook talvez sejam do interesse de uma ou outra academia alemã onde são formados missionários.
Os cientistas da religião não prestam um serviço institucional como os teólogos. Não são comandados por nenhum bispo, nem obrigados a dar satisfação a nenhuma instância superior. São autônomos quanto ao seu trabalho. Geralmente, seu campo de pesquisa está no exterior, longe da sua pátria, e não atinge interesses dos amigos ou da própria família. Todavia, os cientistas da religião também têm seus focos temáticos — portanto, quanto mais um assunto deles se afasta, menos acentuado é seu interesse acadêmico. Especialistas alemães em hinduísmo se voltam para a Índia. Poucos vão além e estudam a diáspora dos hindus na África do Sul, nas Ilhas Fiji ou em outras partes do mundo. Temas ainda mais periféricos nesse universo, como, por exemplo, os hindus não indianos na Ilha de Bali, são abordados por cientistas especificamente interessados por essa região, e não pela Índia.
6.2. Os cientistas da religião optam pela pesquisa de uma determinada religião. Pode ser qualquer uma — potencialmente, a escolha é ilimitada em termos históricos, geográficos ou tipológicos. Há apenas um critério que reduz o espectro dos seus possíveis objetos de estudo: a própria incompetência. Quem não compreende a língua dos adeptos de uma religião, não suporta o clima da região onde ela se encontra ou pensa que a fé em questão não tem valor deveria optar pela pesquisa de um outro objeto. Os teólogos não têm essa liberdade, uma vez que apenas se ocupam de uma religião alheia quando existe a necessidade de urna comparação com a sua própria. Todavia, quando isso acontece, são obrigados a estudá-la. Especialistas no Antigo ou Novo Testamento precisam explicar textos bíblicos em que outras religiões são mencionadas. Historiadores da Igreja devem explicar eventos em que também religiões não cristãs tomaram parte. Teólogos sistemáticos e práticos têm de explicar conteúdos não cristãos quando há seguidores de outras religiões vivendo entre eles, quando um elemento religioso alienígena está na moda ou, então, quando representantes de outra fé catequizam cristãos com sucesso.
6.3. Quando os teólogos estudam uma religião alheia, partem da própria fé. Ao investigarem como os outros concebem seu deus, crença ou pecado, tomam a própria religião como referência. De acordo com seus critérios, avaliam os demais sistemas como “mais próximos” ou “mais distantes” de sua própria religião, ou, até mesmo, enquadram-nos em julgamentos que determinam categorias do tipo “o objeto traz algumas características religiosas” ou “apenas magia”. Todavia, se algo é natural e indubitavelmente visto como semelhante, criam facilmente pontes entre a própria religião e a outra. Procedimentos desse tipo geralmente não possibilitam um encontro com o outro, ou seja, não chegam a um verdadeiro conhecimento de outra fé. Em outras palavras: são estritos demais para aprofundar a relação com o objeto de estudo.
Não é oportuno para os cientistas da religião avaliar outra fé com base na própria. Eles têm a liberdade de pesquisar uma crença alheia sem preconceitos. A questão é apenas saber o quanto dessa liberdade eles suportam. É mais fácil descobrir algo quando se sabe com antecedência o que procurar; por conta disso, há cientistas da religião que têm por costume apropriar-se de critérios já estabelecidos para classificar elementos ou universos como “animismo”, “magia” ou “politeísmo”. Isso significa que não apenas preconceitos religiosos, mas também atitudes intelectuais podem distorcer a compreensão de fenômenos pesquisados no âmbito da Ciência da Religião.
6.4. Os fiéis de uma determinada crença é que vão informar se entendemos adequadamente uma fé alheia. Consultar adeptos de uma religião pesquisada é um teste de segurança que permite diferenciar descrições válidas e não válidas do ponto de vista da história da religião. Os teólogos têm meios próprios para distinguir o que é “verdadeiro” e o que é “falso” na área da religião. Para eles, a própria fé — e não a de outras pessoas — é a norma decisiva, uma vez que apenas ela é considerada verdadeira em oposição às outras, que são avaliadas como falsas.
7.0. CALVINISMO INTEGRAL: UMA VISÃO COMPLETA DA VIDA E DO MUNDO
Para o pensador calvinista, tudo na vida é religião. O calvinismo é uma biocosmovisão completa que envolve todos os aspectos da vida e todas as áreas do conhecimento humano. O calvinista não pode se satisfazer apenas com uma teologia reformada; ele busca uma filosofia igualmente reformada, uma ciência, uma arte, uma cultura, uma política reformada. Todas as áreas da ciência podem e devem ser exploradas a partir de pressupostos cristãos reformados, através da examinação pressuposicional (dos fundamentos teóricos) e estrutural segundo o motivo bíblico elementar da criação-queda redenção(18) (da sua ordem criada, das disfunções resultantes do pecado, e da retauração pós-lapsariana em Cristo).(19) Como dizia Van Til: “Não há um centímetro quadrado da vida da qual Cristo não diga ‘é meu’”(20) (Mt 28.18). Deus é absolutamente soberano sobre toda a criação bem como sobre todos os aspectos da realidade e todas as esferas da vida humana. A soberania absoluta de Deus (SI 139; Is 46.9-10; Ef 1.3-14) é o conceito central e fundamental do pensamento reformado.
O conceito de religião representa, na filosofia calvinista, não a noção popular de religiosidade, mas sim o verdadeiro sentido da palavra, isto é, a religação do indivíduo com o seu Criador. Ora, só há um caminho para a redenção e a reconciliação com Deus: a fé em Jesus Cristo. Para o pensador reformado, portanto, a religiosidade é uma função do ser humano, e todos os seres humanos são essencialmente religiosos, uma vez que todos os homens se posicionam em submissão ou em rebeldia contra Deus, respondendo positiva ou negativamente à salvação em Cristo oferecida pela graça divina, segundo a soberania do próprio Deus. O pensamento humano é controlado e guiado por princípios fundamentais que refletem uma atitude religiosa básica. Esta é, na verdade, uma noção básica da teologia do pacto: nós somos criaturas religiosas. Nós fomos criados para conhecer a Deus e ter comunhão com ele. Nós temos que depender de Deus. Quando não o fazemos, não é que deixamos de ser religiosos, mas sim que desviamos nossa fé em direção de algum Outro objeto, e tornamo-nos idólatras, infiéis para com Deus, adorando a criatura em lugar do Criador (Rm 1.25). O “coração” humano se dirige a Deus ou se afasta dele em rebeldia (Rm 3.10; 8.7-8; Ef 2.3). Ele é o centro da existência humana e do relacionamento com Deus. Do coração do homem procedem as fontes da vida (Pv 4.23), isto é, tudo na vida depende e é também resultado deste posicionamento religioso do coração em submissão ou em rebeldia contra Deus.


BIBLIOGRAFIA:

GOUVÊA, Ricardo Quadros. “Calvinistas Também Pensam: Uma Introdução à Filosofia Reformada”. Fides Reformata (Revista do Seminário José Manoel da Conceição). Volume 1. 1996. pp. 48 a 59.
MENDONÇA, Antônio Gouvêa. Ciências da Religião: de que mesmo estamos falando? Revista Ciências da Religião: História e Sociedade (Universidade Presbiteriana Mackenzie) – Ano 2. Nº 02. 2004, pp. 17 a 34.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006.

GRESHAT, Hans-Junger. O Que é Ciência da Religião?. São Paulo: Paulinas, 1998.
AS VIAGENS DE PAULO

A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE SAULO (POR VOLTA DE 48 D.C.) ANÁLISE
Trabalho pesquisa para elaboração de tese sobre a biografia do Apostolo Paulo
Prof. Manoel Messias
Materia: Teologia Bíblica 2

Antes de nos ocuparmos com os apóstolos em sua viagem, cabe aqui uma observação sobre como as coisas mudaram. Eles partiram, devemos observar, não do velho centro, Jerusalém, mas da Antioquia, uma cidade de gentios. Isto é significativo. Jerusalém e os doze perderam a posição quanto à autoridade e poder para com o exterior. O Espírito Santo chama a Barnabé e Saulo para a obra, os prepara para isto, e os envia, sem a jurisdição dos doze.
Não será de esperar que em um livro, cujo conteúdo se propõe a ser resumido, possamos tomar nota dos vários eventos ocorridos nas viagens de Paulo. O leitor os encontrará em Atos e nas Epístolas. Propomos meramente traçar um esboço e dar destaque a determinados pontos de referência, pelos quais o leitor será capaz de traçar, por si mesmo, as várias jornadas do maior dos apóstolos - o maior dos missionários - o maior dos obreiros que já viveu, com exceção do bendito Senhor. Mas em primeiro lugar, gostaríamos de observar seus companheiros e seu ponto de partida.
Barnabé foi, por algum tempo, o companheiro mais próximo de Saulo. Ele era um levita da ilha de Chipre. Ele tinha sido chamado logo no início da história da igreja para seguir a Cristo, e "possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos." (Atos 4:37). Comparando sua liberalidade com o belo testemunho que o Espírito Santo dá sobre ele, ele permanece diante de nós com um amável e requintado caráter. E, a partir de seu apego a Paulo desde o início, e de sua cordialidade em apresentá-lo aos outros apóstolos, podemos julgar que ele era mais franco e tinha um coração maior do que aqueles que tinham sido treinados na estreiteza do judaísmo; mas faltava-lhe ainda, quanto ao serviço, o rigor e a determinação de seu companheiro Saulo.
João Marcos era um parente próximo de Barnabé - "o sobrinho de Barnabé" (Colossenses 4:10). Sua mãe era uma certa Maria que morava em Jerusalém, e cuja casa parece ter sido um local de reunião para os apóstolos e primeiros cristãos. Quando Pedro foi liberto da prisão, ele foi direto para "a casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos" (Atos 12:12). Supõe-se que ele tenha sido convertido por meio de Pedro, pois depois Pedro fala dele como "meu filho Marcos" (1 Pedro 5:13)
A partir disso aprendemos que ele não era nem um apóstolo nem um dos setenta - que ele não havia acompanhado o bendito Senhor durante Seu ministério público. Mas podemos supor que ele estava ansioso para servir a Cristo, pois se uniu a Barnabé e Saulo, embora mais tarde pareça que sua fé não era páreo para as dificuldades da vida missionária. "E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém." (Atos 13:13). Supõe-se que Marcos tenha escrito seu Evangelho por volta do ano 63 d.C.
A Antioquia, a antiga capital dos selêucidas, foi fundada por Seleuco Nicator por volta de 300 a.C. Foi uma cidade que só ficava atrás de Jerusalém no que diz respeito ao início da história da igreja. O que Jerusalém tinha sido para os judeus, a Antioquia era agora para os gentios. Era um ponto central. Nessa época ocupava um lugar de grande importância na propagação do cristianismo entre os pagãos. Aqui a primeira igreja gentia foi plantada (Atos 11:20,21). Aqui os discípulos de Cristo foram primeiramente chamados de cristãos (Atos 11:26). E aqui nosso apóstolo começou seu trabalho ministerial público.
Retornemos agora à missão.
Barnabé e Saulo, com João Marcos como auxiliar no ministério, são então enviados pelo Espírito Santo. Os judeus, em virtude de sua conexão com as promessas, tiveram o evangelho primeiramente pregado a eles; mas a conversão de Sérgio Paulo marca, de maneira especial, o início do trabalho entre os gentios. Também marca uma crise na história do apóstolo. Aqui seu nome é mudado de Saulo para Paulo; e agora - com exceção de Jerusalém (Atos 15:12-22) - não vemos mais "Barnabé e Saulo", mas sim "Paulo e os que estavam com ele" (Atos 13:13). Ele toma a dianteira; os outros são apenas aqueles que estão com Paulo. Mas o cenário tem ainda um caráter típico.
O procônsul era, evidentemente, um homem prudente e pensativo, e sentiu a necessidade de sua alma. Ele chama a Barnabé e a Saulo, e deseja ouvir a Palavra de Deus. Mas Elimas, o encantador, resiste a eles. Ele sabia bem que, se o governador recebesse a verdade que Paulo pregava, ele perderia sua influência na corte. Ele, portanto, procura afastar o deputado da fé. Mas Paulo, em dignidade consciente e no poder do Espírito Santo, "fixando os olhos nele" (Atos 13:9), e em palavras de mais fulminante indignação, o repreende na presença do governador. "Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor." (Atos 13:10-12). O poder de Deus acompanha a palavra de Seu servo, e a sentença pronunciada é executada no mesmo instante. O deputado fica tomado pela glória moral da cena, e se submete ao evangelho.
"Eu não duvido", disse alguém, "que neste miserável Barjesus (Elimas) vemos uma figura dos judeus no tempo presente, acometidos de cegueira por algum tempo, por causa dos ciúmes da influência do evangelho. A fim de preencher a medida de sua iniquidade, eles resistiram à pregação do evangelho aos gentios. A condição deles é julgada; sua história é dada na missão de Paulo. Em oposição à graça e buscando destruir seus efeitos sobre os gentios, eles foram acometidos de cegueira; no entanto, apenas por um tempo." *
(* Synopsis of the Books of the Bible, volume 4, página 53,54. [Segunda Edição, Janeiro de 1950])
Durante essa primeira missão entre os gentios, um grande e abençoado trabalho foi feito. Compare Atos 13 e 14. Muitos lugares foram visitados, igrejas foram plantadas, anciãos foram nomeados, a hostilidade dos judeus manifestada, e a energia do Espírito Santo demonstrada no poder e progresso da verdade. Em Listra, o cristianismo foi confrontado, pela primeira vez, com o paganismo; mas em todo lugar o evangelho triunfa, e os vários dons de Paulo como obreiro aparecem de maneira abençoada. Seja ao abordar os judeus, que conheciam as Escrituras, ou bárbaros ignorantes, ou cultos gregos, ou multidões enfurecidas, ele prova ser um vaso divinamente escolhido para sua grande obra.
A Antioquia, na Pisídia, merece atenção especial pelo que aconteceu na sinagoga. Embora haja uma grande semelhança no discurso de Paulo comparado aos de Pedro e Estêvão nos primeiros capítulos de Atos, ainda podemos notar certos toques estritamente paulinos em seu caráter. Seu estilo conciliador de abordagem, o modo como ele apresenta a Cristo, e sua ousada proclamação de justificação pela fé somente, podem ser consideradas como típicas de suas póstumas abordagens e Epístolas. Nenhum dos escritores sagrados fala da justificação pela fé como Paulo fala. Seu apelo final tem sido um texto evangelístico favorito de muitos pregadores em todas as eras. Em poucas palavras, ele afirma a bem-aventurança de todos que recebem a Cristo, e a terrível desgraça daqueles que O rejeitarem, provando assim que não poderia haver um meio-termo ou terreno neutro quando Cristo está em questão. "Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas: Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis, se alguém vo-la contar." (Atos 13:38-41)
Tendo sido cumprida a missão deles, eles retornam à Antioquia na Síria. Quando os discípulos ouviram o que o Senhor tinha feito, e que a porta da fé foi aberta aos gentios, eles deviam apenas louvar e bendizer Seu santo nome. Devemos agora retornar, por um momento, a Jerusalém.
O efeito da primeira missão de Paulo sobre os discípulos em Jerusalém levou a uma grande crise na história da igreja. O ciúme e a mente farisaica estava tão excitada que uma divisão entre Jerusalém e Antioquia foi ameaçada naquele período inicial da história da igreja. Mas Deus governou em graça, e o problema quanto à Antioquia foi felizmente resolvido. Mas o fanatismo dos crentes judeus era insaciável. Na igreja em Jerusalém eles ainda conectavam ao cristianismo os requisitos da lei, e procuravam impor esses requisitos aos crentes gentios.
Alguns dos cristãos judeus de cabeça mais fechada desceram à Antioquia, e asseguraram aos gentios que, a menos que eles fossem circuncidados segundo o costume de Moisés, e que guardassem a lei, eles não poderiam ser salvos. Paulo e Barnabé não tiveram pequena discussão e contenda com eles; mas como era uma questão muito pesada para ser resolvida pela autoridade apostólica de Paulo, ou por uma resolução da igreja em Antioquia, foi decidido que uma delegação deveria subir à Jerusalém e pôr a questão diante dos doze apóstolos e dos anciãos. A escolha de quem deveria levar a questão, naturalmente, caiu sobre Paulo e Barnabé, já que tinham sido os mais ativos na propagação do cristianismo entre os gentios.




PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
1. INTRODUÇÃO
•        Em sua primeira viagem, Paulo e Barnabé partindo da cidade de Antioquia da Síria desceram até a Seleucia, distante 25km de Antioquia da Síria, de onde navegaram 208 km até o Porto de Salamina, extremidade Oriental da Ilha de Chipre que ficava localizada na parte Leste do Mar Mediterrâneo.
•        De Salamina, eles atravessaram a ilha até Pafos, a capital da província, distante 144km a Sudeste. Deus já havia criado as condições favoráveis à pregação do evangelho.
Esta ilha era a terra natal de Barnabé e era um campo adequado para a obra missionária, pois tinha grande população judaica. Alguns anos antes, o evangelho já havia sido pregado ali (At 11.19,20) com algum sucesso.
2. DESENVOLVIMENTO
 O Espírito Santo deu ao apóstolo, uma estratégia de em toda cidade aonde chegar, pregar o evangelho primeiramente nas sinagogas, fato que se tornou uma marca do trabalho missionário de Paulo (At 13. 14,42,43; 14.1; 17.1,10; 18.4,19; 19.8).
Como a ilha era habitada por gregos e judeus, os apóstolos, primeiro pregavam aos judeus e depois aos gregos (Rm 1.16).
Em Pafos, um judeu mágico, falso profeta chamado Bar-Jesus At 13.6), não permitia que o Procônsul, que era a autoridade máxima da Ilha, ouvisse o evangelho. Paulo repreendeu aquele filho de Belial e o Procônsul aceitou a Cristo como Salvador (At 13.6).
•        De Pafos eles navegaram para a cidade dePerge, capital da província da Panfília, no Sul da Ásia Menor. Paulo já tinha pregado o evangelho na Silícia, quando se converteu a Cristo, e voltou para Tarso (At 9.30), de onde Barnabé o trouxe para a Antioquia da Síria (At 11.25,26).
Paulo desembarcou emAtália, porto marítimo de Perge, de onde João Marcos voltou para casa e Paulo e Barnabé prosseguiram viagem paraAntioquia da Psídia, que ficava na Frígia, mas muito perto da Panfília, a 160 km ao norte de Perge e 1.100m acima do nível do mar, às margens de uma importante estrada romana.
Em Antioquia da Psídia uma grande multidão creu e aceitou a Cristo, mas os judeus tomados de inveja expulsaram a Paulo e Barnabé.
Ali os dois apóstolos notaram que como os judeus estavam rejeitando a Cristo, Deus os estava enviando aos gentios. Quando os gentios ouviram isto, glorificaram ao Senhor (At 13.44-51).

•        De Icônio eles foram para Listra e Derbe. Estas duas cidades junto com Icônio pertenciam a província romana da Galácia.
Em Listra, Paulo e Barnabé dirigiram-se a uma audiência puramente pagã, quando Deus curou um aleijado                           
O povo tentou adorar a Paulo e Barnabé, porque diziam: os deuses se fizeram homens e baixaram a nós (At 14.8-18).
Depois destes milagres, judeus vindos de Antioquia da Psídia e de Icônio, juntaram-se em Listra e instigaram as multidões contra Paulo e apedrejaram o apóstolo. Julgando que ele estivesse morto o lançaram fora da cidade (At 14.19).
No outro dia, os crentes ajudaram a Paulo e Barnabé e os levaram para Derbe, uma cidade de fronteira Licaônica, na parte sudeste da Galáxia, 80 km a Sudeste de Listra.
Nesta primeira viagem missionária de Paulo ocorrera com grande sucesso. Milhares de pessoas aceitaram a Cristo. Deus abrira a porta da fé aos gentios e eles tiveram acesso às bênçãos do evangelho (1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3).
Inclusive, deixando os judaizantes enciumados. “Os gentios devem cumprir a lei para a salvação” (At 15.1-5).
No entanto, eles desconheciam que a salvação dos gentios era o cumprimento das promessas de Deus feitas a Abraão de através dele, abençoar todas as nações.
Os relatórios da viagem dos apóstolos Barnabé e Paulo na igreja da Antioquia, foram recebidos com muita alegria, porém começava a surgir uma grande ameaça dentro da própria igreja.
Muitos, vindos da Judéia, ensinavam aos irmãos que deviam se circuncidar (At 15.1), e o argumento era muito forte, pois a circuncisão era uma exigência perpétua (Gn 17.9-14). Jesus foi circuncidado e nunca falou contra a circuncisão.
3. CONCLUSÃO
Concílio de Jerusalém
Foi então organizado em Jerusalém, um Concílio para se discutir a questão da circuncisão e da guarda da Lei de Moisés pelos crentes gentios, como queriam alguns da seita dos fariseus, que tinham crido no evangelho e diziam que era mister circuncidar todos os gentios que haviam recebido a Cristo como Salvador, e também obrigá-los a guardar a Lei de Moisés (At 15.1-6).
Paulo e Barnabé foram enviados pela igreja de Antioquia da Síria ao Concílio de Jerusalém para expor aos apóstolos o que Deus vinha operando entre os gentios. Naquela reunião de Jerusalém, a igreja decide que a circuncisão já não é necessária.

O Espírito Santo guia e dirige os assuntos desta importante reunião, da qual Lucas dá um relato completo, conforme podemos observar:
1.       Introdução do tema da circuncisão em Antioquia (At 15.1,2).
2.       O conflito em Jerusalém (At 15.3-5).
3.       Os discursos (At 15.5-21).
4.       A carta do Concílio aos crentes gentios (At 15.22-29)
5.       O relatório para a igreja (At 15.30-35).



SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (por volta de 51 d.C.)
INTRODUÇÃO
Prosseguindo o estudo das viagens missionárias de Paulo, apresentaremos uma visão panorâmica dos resultados alcançados na primeira e segunda viagens e como o evangelho chegou na cidade de Éfeso, onde Paulo estabeleceu sua base missionária para evangelização da região da província da Ásia menor, da Frígia, Psídia, Panfília, Bitínia, Capadócia, Galácia, Macedônia e Acaia e como se propagou em pouco tempo chegando na Trácia, no Ponto, Ilíria, Itália, Ilha de Chipre, Ilha de Creta e até mesmo na Espanha.
O apóstolo Paulo chegou à Macedônia, nesta sua segunda viagem, acompanhado de Silas que tinha seguido com ele desde Jerusalém (At 15.40), o jovem Timóteo, que se juntara à comitiva em Listra (At 16.1-3), e Lucas o médico amado que se uniu á comitiva missionária em Trôade (At 16.10,11).
Depois de ser impedido pelo Espírito Santo de pregar o evangelho na província da Ásia que ficava localizada no Oeste da Ásia Menor e incluía a cidade de Éfeso onde Paulo pretendia estabelecer uma base missionária, mas ainda não tinha chegado o tempo de Deus.
Então, o apóstolo pensava seguir viagem para a Bitínia  mas o Espírito de Deus o impede (At 16.6,7).
2. DESENVOLVIMENTO
PAULO CHEGA A REGIÃO FRÍGIO-GÁLATA
Não podendo pregar o evangelho na Àsia e na província da Bitínia que ficava próxima ao Mar Negro, a  comitiva missionária partindo de Listra, seguiu para Noroeste.

Circundando o território da Ásia Menor, passaram próximo ao território da Bitínia e se voltaram para Oeste. Contornaram a Mísia e chegaram à Trôade, na Costa do Mar Egeu, cidade próxima da antiga e lendária Tróia.
Em Trôade, através de uma visão á noite, um homem macedônio rogou a Paulo que para que fosse à sua terra, Macedônia, para o ajudar. Paulo e Silas entenderam que Deus os chamava para pregar o evangelho na Macedônia (At 16.9,10).
LUCAS O MÉDICO AMADO JUNTA-SE Á COMITIVA
Acompanhados por Lucas, natural da região, chegaram á Macedônia.
Paulo seguiu pela via Ignácia de Filipos até Tessalônica.
E poderia ter continuado por ela em direção Oeste, pois era para Macedônia que ele fora chamado para pregar o evangelho e a Via ignácia atravessava a Macedônia até o Mar Adriático e terminava no Porto de Dirrácio.
Saindo de Tessalônica, Paulo deixou a estrada principal e se dirigiu á Beréia que ficava ao Sul.
A cidade de Beréia era chamada por Cícero de “oppidum devium”que significa “fora do caminho”. Embora as circunstâncias obrigassem a Paulo seguir para Beréia, pois ele foi levado pelos seus amigos. A intenção dele era seguir pela Via Ignácia de Leste ao Oeste, até Dirrácio, atravessar o Mar Adriático e chegar na Itália e assim à Roma.
Sete anos depois quando escreveu sua carta aos romanos, ele mencionou o seu desejo de chegar até Roma, mas fora impedido (Rm 1. 13; 15.22).
PAULO EM BERÉIA
Na Beréia os judeus ouviram-no de modo cortês e sem preconceitos, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato como Paulo falava em relação às profecias do Antigo Testamento.
Entretanto aqueles que haviam criado dificuldades para Paulo em Tessalônica, vieram e suscitaram semelhante agitação ali. Era aconselhável que Paulo saísse da Macedônia até que até que a agitação na província se acalmasse.
Por isso, os irmãos da Beréia o levaram até à Costa, o embarcaram em um navio e o acompanharam até Atenas, que ficava na Província da Acaia. Passaram pela Tessália entre Beréia e Atenas porque os irmãos entenderam que a Tessália não oferecia segurança para Paulo (At 17.13-15).
O EVANGELHO NA ACAIA      
Ao chegar em Atenas, Paulo havia deixado para trás três congregações: Filipos, Tessalônica e Beréia.
A ida de Paulo à Macedônia não fora em vão. Paulo tinha certeza que se os cristãos da Macedônia assumissem um compromisso sério com o evangelismo, a obra de Deus poderia prosperar naquela região, o que se confirmou mais tarde. “Por vós soou a Palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou” (1 Ts 1.8).
PAULO EM ATENAS
Após sua chegada em Atenas ainda sentindo as marcas da perseguição que havia enfrentado em Listra, Icônio, Antioquia da Pisídia, Filipos, Tessalônica e Beréia, pela primeira vez Paulo não sofria perseguição ou violência física.
Mas a frieza espiritual dos atenienses e sua indiferença para com a Palavra de Deus, era mais difícil para Paulo que as dificuldades enfrentadas nas cidades acima mencionadas.
Atenas era uma das principais cidades da Grécia, considerada líder nas Artes e na Filosofia. Nela havia os filósofos epicureus que criam que a felicidade e o prazer eram o sumo bem da vida.
Em sua análise, Paulo percebeu que os atenienses eram extremamente idólatras (At 17.16).
Lucas, conta que Paulo via os templos, os altares e as imagens de Atenas, com os olhos de quem foi criado dentro do monoteísmo judaico e do princípio de não fazer imagens, segundo o decálogo.
O que os levou a escrever: “As coisas que os gentios sacrificam, aos demônios as sacrificam, e não a Deus” (1 Co 19.20).
E acrescenta: “Outros mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível ou qualquer outra coisa....” Rm 1.23-25).
Atenas fora para Paulo bem menos encorajadora do que as cidades da Macedônia. Provavelmente, não estava no seu programa quando atravessou o Mar Egeu até à Macedônia, virar para o Sul para a província da Acaia.
Mas ele foi correndo de uma cidade da Macedônia para outra, como se não houvesse lugar para ele naquela província.
Apesar da certeza anterior de que Deus o chamara para pregar o evangelho na Macedônia, sua pregação deixou muitos frutos.
Em Filipos, tinha Lídia e Lucas. Em Tessalônica, Jasom, Aristarco e Secundo. Na Beréia, tinha Sóprato, filho de Pirro.
O EVANGELHO EM CORINTO
                       Desde o ano 27 a.C. a cidade de Corinto tinha se tornado a capital da província romana da Acaia e ficava 80 km a Sudoeste de Atenas.

Corinto estava localizada na Costa Ocidental de um ínstmo estreito que ligava a Grécia Setentrional à Meridional. Esta estreita faixa de terra estava na rota marítima entre a Ásia Menor e a Itália.
Corinto oferecia muitas vantagens comerciais e estava situada entre os portos de Cencréia e Lechauem. Paulo chega a Corinto cansado e com o espírito quebrantado, provavelmente pelas experiências  nas cidades anteriores: Listra, Derbe, Icônio, Filipos, Tessalônica, Beréia e Atenas.
Enquanto Atenas era a capital da cultura, Corinto era a capital da depravação e uma das cidades mais devassas da época.
Tinha um porto de forte comércio com muitos marinheiros de diferentes regiões e muitas atrações ao prazer e à licenciosidade.
Ali estava o templo de Afrodite, com mais de mil prostitutas cultuais, que à noite saíam dos templos, infiltrando-se na cidade com suas práticas abomináveis.
A cidade era tão devassa, que o termo “korintianizomai” que significa agir como um Corinto, tinha adquirido o sentido de “cometer fornicação”.
Apesar da condição moral, foi nesta difícil cidade que o apóstolo Paulo organizou uma das maiores igrejas do mundo gentílico.
Paulo chegou na cidade de Corinto por volta  dos anos 50 d.C.
Corinto tinha mais de duzentos e cinquenta mil habitantes livres e quatrocentos mil escravos, segundo relato da Bíblia de King James, na introdução da Carta 1º. Coríntios.
CORINTO SE RENDE À PALAVRA DE DEUS
Quando Paulo chegou em Corinto, Deus já havia providenciado todas as condições necessárias para a evangelização daquela cidade.
A sua chegada em Corinto coincidiu com a saída dos judeus de Roma por um decreto do Imperador Cláudio, expulsando a Colônia Judaica daquela cidade.
Paulo encontrou um casal de judeus expulsos de Roma: Áquila e Priscila, sua esposa. Ele era natural de Ponto, uma província no extremo Norte da Galácia e da Capadócia às margens do Mar Negro, atual Turquia Oriental.
E Priscila era natural de Roma. Tinham uma fábrica de tendas, onde Paulo arrumou emprego para ganhar o seu sustento (At 18.1-2).

Por esse tempo, Silas e Timóteo chegaram da Macedônia (At 18.5) e Deus teve um encontro com Paulo, onde o Senhor lhe fala em visão: “Não temas, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9-11).
Paulo permaneceu em Corinto, um ano e seis meses.
O EVANGELHO PENETRA NA ALTA SOCIEDADE DE CORINTO
Neste período de tempo, pessoas influentes daquela cidade começaram a aceitar Cristo como Salvador.
A primeira igreja coríntia foi na casa de Tito, o Justo, um dos homens mais nobres daquela cidade, um gentio que aceitou a fé cristã na sinagoga.
Era cidadão romano e pertencia a uma família nobre próxima do Imperador. Acredita-se que ele era Gaio, que Paulo chama de meu hospedeiro (Rm 16.23; At 18.7).
Depois, Jesus salvou Crispo, um dos principais da sinagoga a quem Paulo batizou, com toda sua casa (At 18.8).
Em toda sua vida, Paulo não teve amigos ou ajudantes mais leaIs do que Áquila e Priscila. Mais tarde, quando escreveu sua carta aos romanos diz: “Saudai a Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus. Os quais pela minha vida expuseram suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16.4,5).
 PAULO SEGUE PARA ÉFESO
Na primavera do ano 52 a.C. Paulo deixa Corinto e com seus amigos Priscila e Áquila, atravessa o mar Egeu e chega à Éfeso (At 18.1-9).
Como de costume, inicialmente visitou a sinagoga e os judeus ficaram tão impressionados com o que Paulo tinha a dizer que pediram para ouvir mais.
Porém Paulo desculpou-se por causa de um compromisso em Jerusalém. Acredita-se que ele devia estar em Jerusalém por ocasião da Festa da Páscoa ou Pentecostes (At 18.21).
Havia se passado mais de dois anos que Paulo tinha partido de Jerusalém junto com Silas.
Assim, embarcou no Porto de Éfeso e viajou aproximadamente mil e trezentos quilômetros até Cesaréia na Palestina, deixando em Éfeso, Priscila e Áquila para continuar a obra que tinha começado.
De Cesaréia ele seguiu um pouco mais de cem quilômetros até Jerusalém. Visitou a igreja mãe e depois seguiu para o Norte até a Antioquia da Síria, sua Igreja de origem, refazendo os contatos com os irmãos e amigos.



TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (por volta de 54 d.C.)
1. INTRODUÇÃO
Na sua terceira viagem Paulo parte de Antioquia.
Após permanecer alguns meses em Antioquia da Síria, Paulo levantou os olhos para os campos brancos para a ceifa.
Estava chegando o outono do ano 53 d. C. quando ele partiu por terra, com um destino bem definido – Éfeso, uma das principais cidades da Ásia Menor.
Não se sabe quem foi seu companheiro nesta viagem.
Barnabé e João Marcos formaram uma segunda equipe missionária e foram para Chipre (At 15.39). Lucas, desde a metade da segunda viagem ficou para cuidar do trabalho em Anfípolis e Filipos. Silas e Timóteo ficaram cuidando das igrejas na Macedônia e Acaia.
Seguindo para o Norte, acredita-se que Paulo tenha passado por Alexandria da Síria, atual Iskenderun.
Depois. curvando para o Oeste, seguindo pela estrada de Meposuestia, Adana e Tarso, sempre confirmando as igrejas (At.18.23).
PAULO CHEGA NA REGIÃO DA FRÍGIA E DA GALÁCIA
Primeiramente passou em Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia.
Nesta caminhada para o Oeste, o apóstolo atravessou a região Frígio-Gálata que ele tinha uns três anos antes atravessado com Silas e Timóteo (At 18.23).
Deixou a estrada principal que seguia pelos Vales do Lico e do Meandro, seguiu por uma estrada mais ao Norte, chegou a Éfeso pelo lado Norte do Monte Messogis, atual Aydindaglari.
O apóstolo Paulo chegou na cidade de Éfeso no fim do verão do ano 53 d.C. onde ficou por quase três anos conduzindo a evangelização da própria cidade e da província da Ásia. Sendo ajudado neste trabalho por vários companheiros, em sua maioria, filhos na fé.
FRUTO  DAS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO                                                                                                                                                                                                                                                
 Quando Paulo chega a Éfeso e estabelece  sua base   missionária ali, os frutos da primeira e segunda viagens  já surgiam com todo vigor.
 Deus tinha levantado grandes homens, frutos do trabalho evangelístico por onde ele passou.

Alguns eram responsáveis pelas igrejas em suas cidades entre os quais, Epafras, que evangelizou as cidades Frígia do vale do Lico, Colossos, Laodicéa e Hierápolis, em um trabalho eficiente que Lucas diz que todos os habitantes da Ásia ouviram o evangelho (At 19.10).
Na Beréia, tinha Sóprato, filho de Pirro.
 Em Tessalônica tinha Aristarco e Secundo.
De Derbe, última cidade da primeira viagem missionária com o companheiro Barnabé, tinha Gaio de Derbe, como era conhecido aquele obreiro.
Tíquico e Trófimo da província da Ásia, sendo o último, um cristão gentil de Éfeso.
E o que dizer de Timóteo originário de Listra, companheiro de lutas e de sofrimento, homem fiel à  toda prova?                                                                   
CONCLUSÃO
O ministério de Paulo em Éfeso foi impressionante.
A pregação do Evangelho por quase três anos provocou uma grande agitação na cidade.
Uma Igreja forte ficou organizada. Durante a sua existência, homens como Paulo, Apolo, Timóteo e o apóstolo João foram seus líderes.
A mensagem do evangelho abalou de tal maneira aquela cidade que a estrutura dos adoradores e dos negociantes, nos negócios ligados à deusa Diana, foram afetados (At 19.23-28).

- Trabalho de pesquisa para elaboração de tese sobre a biografia de Paulo
Prof. Manoel Messias