domingo, 9 de abril de 2017

AS VIAGENS DE PAULO

A PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE SAULO (POR VOLTA DE 48 D.C.) ANÁLISE
Trabalho pesquisa para elaboração de tese sobre a biografia do Apostolo Paulo
Prof. Manoel Messias
Materia: Teologia Bíblica 2

Antes de nos ocuparmos com os apóstolos em sua viagem, cabe aqui uma observação sobre como as coisas mudaram. Eles partiram, devemos observar, não do velho centro, Jerusalém, mas da Antioquia, uma cidade de gentios. Isto é significativo. Jerusalém e os doze perderam a posição quanto à autoridade e poder para com o exterior. O Espírito Santo chama a Barnabé e Saulo para a obra, os prepara para isto, e os envia, sem a jurisdição dos doze.
Não será de esperar que em um livro, cujo conteúdo se propõe a ser resumido, possamos tomar nota dos vários eventos ocorridos nas viagens de Paulo. O leitor os encontrará em Atos e nas Epístolas. Propomos meramente traçar um esboço e dar destaque a determinados pontos de referência, pelos quais o leitor será capaz de traçar, por si mesmo, as várias jornadas do maior dos apóstolos - o maior dos missionários - o maior dos obreiros que já viveu, com exceção do bendito Senhor. Mas em primeiro lugar, gostaríamos de observar seus companheiros e seu ponto de partida.
Barnabé foi, por algum tempo, o companheiro mais próximo de Saulo. Ele era um levita da ilha de Chipre. Ele tinha sido chamado logo no início da história da igreja para seguir a Cristo, e "possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos." (Atos 4:37). Comparando sua liberalidade com o belo testemunho que o Espírito Santo dá sobre ele, ele permanece diante de nós com um amável e requintado caráter. E, a partir de seu apego a Paulo desde o início, e de sua cordialidade em apresentá-lo aos outros apóstolos, podemos julgar que ele era mais franco e tinha um coração maior do que aqueles que tinham sido treinados na estreiteza do judaísmo; mas faltava-lhe ainda, quanto ao serviço, o rigor e a determinação de seu companheiro Saulo.
João Marcos era um parente próximo de Barnabé - "o sobrinho de Barnabé" (Colossenses 4:10). Sua mãe era uma certa Maria que morava em Jerusalém, e cuja casa parece ter sido um local de reunião para os apóstolos e primeiros cristãos. Quando Pedro foi liberto da prisão, ele foi direto para "a casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos" (Atos 12:12). Supõe-se que ele tenha sido convertido por meio de Pedro, pois depois Pedro fala dele como "meu filho Marcos" (1 Pedro 5:13)
A partir disso aprendemos que ele não era nem um apóstolo nem um dos setenta - que ele não havia acompanhado o bendito Senhor durante Seu ministério público. Mas podemos supor que ele estava ansioso para servir a Cristo, pois se uniu a Barnabé e Saulo, embora mais tarde pareça que sua fé não era páreo para as dificuldades da vida missionária. "E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém." (Atos 13:13). Supõe-se que Marcos tenha escrito seu Evangelho por volta do ano 63 d.C.
A Antioquia, a antiga capital dos selêucidas, foi fundada por Seleuco Nicator por volta de 300 a.C. Foi uma cidade que só ficava atrás de Jerusalém no que diz respeito ao início da história da igreja. O que Jerusalém tinha sido para os judeus, a Antioquia era agora para os gentios. Era um ponto central. Nessa época ocupava um lugar de grande importância na propagação do cristianismo entre os pagãos. Aqui a primeira igreja gentia foi plantada (Atos 11:20,21). Aqui os discípulos de Cristo foram primeiramente chamados de cristãos (Atos 11:26). E aqui nosso apóstolo começou seu trabalho ministerial público.
Retornemos agora à missão.
Barnabé e Saulo, com João Marcos como auxiliar no ministério, são então enviados pelo Espírito Santo. Os judeus, em virtude de sua conexão com as promessas, tiveram o evangelho primeiramente pregado a eles; mas a conversão de Sérgio Paulo marca, de maneira especial, o início do trabalho entre os gentios. Também marca uma crise na história do apóstolo. Aqui seu nome é mudado de Saulo para Paulo; e agora - com exceção de Jerusalém (Atos 15:12-22) - não vemos mais "Barnabé e Saulo", mas sim "Paulo e os que estavam com ele" (Atos 13:13). Ele toma a dianteira; os outros são apenas aqueles que estão com Paulo. Mas o cenário tem ainda um caráter típico.
O procônsul era, evidentemente, um homem prudente e pensativo, e sentiu a necessidade de sua alma. Ele chama a Barnabé e a Saulo, e deseja ouvir a Palavra de Deus. Mas Elimas, o encantador, resiste a eles. Ele sabia bem que, se o governador recebesse a verdade que Paulo pregava, ele perderia sua influência na corte. Ele, portanto, procura afastar o deputado da fé. Mas Paulo, em dignidade consciente e no poder do Espírito Santo, "fixando os olhos nele" (Atos 13:9), e em palavras de mais fulminante indignação, o repreende na presença do governador. "Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor." (Atos 13:10-12). O poder de Deus acompanha a palavra de Seu servo, e a sentença pronunciada é executada no mesmo instante. O deputado fica tomado pela glória moral da cena, e se submete ao evangelho.
"Eu não duvido", disse alguém, "que neste miserável Barjesus (Elimas) vemos uma figura dos judeus no tempo presente, acometidos de cegueira por algum tempo, por causa dos ciúmes da influência do evangelho. A fim de preencher a medida de sua iniquidade, eles resistiram à pregação do evangelho aos gentios. A condição deles é julgada; sua história é dada na missão de Paulo. Em oposição à graça e buscando destruir seus efeitos sobre os gentios, eles foram acometidos de cegueira; no entanto, apenas por um tempo." *
(* Synopsis of the Books of the Bible, volume 4, página 53,54. [Segunda Edição, Janeiro de 1950])
Durante essa primeira missão entre os gentios, um grande e abençoado trabalho foi feito. Compare Atos 13 e 14. Muitos lugares foram visitados, igrejas foram plantadas, anciãos foram nomeados, a hostilidade dos judeus manifestada, e a energia do Espírito Santo demonstrada no poder e progresso da verdade. Em Listra, o cristianismo foi confrontado, pela primeira vez, com o paganismo; mas em todo lugar o evangelho triunfa, e os vários dons de Paulo como obreiro aparecem de maneira abençoada. Seja ao abordar os judeus, que conheciam as Escrituras, ou bárbaros ignorantes, ou cultos gregos, ou multidões enfurecidas, ele prova ser um vaso divinamente escolhido para sua grande obra.
A Antioquia, na Pisídia, merece atenção especial pelo que aconteceu na sinagoga. Embora haja uma grande semelhança no discurso de Paulo comparado aos de Pedro e Estêvão nos primeiros capítulos de Atos, ainda podemos notar certos toques estritamente paulinos em seu caráter. Seu estilo conciliador de abordagem, o modo como ele apresenta a Cristo, e sua ousada proclamação de justificação pela fé somente, podem ser consideradas como típicas de suas póstumas abordagens e Epístolas. Nenhum dos escritores sagrados fala da justificação pela fé como Paulo fala. Seu apelo final tem sido um texto evangelístico favorito de muitos pregadores em todas as eras. Em poucas palavras, ele afirma a bem-aventurança de todos que recebem a Cristo, e a terrível desgraça daqueles que O rejeitarem, provando assim que não poderia haver um meio-termo ou terreno neutro quando Cristo está em questão. "Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas: Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei; porque opero uma obra em vossos dias, obra tal que não crereis, se alguém vo-la contar." (Atos 13:38-41)
Tendo sido cumprida a missão deles, eles retornam à Antioquia na Síria. Quando os discípulos ouviram o que o Senhor tinha feito, e que a porta da fé foi aberta aos gentios, eles deviam apenas louvar e bendizer Seu santo nome. Devemos agora retornar, por um momento, a Jerusalém.
O efeito da primeira missão de Paulo sobre os discípulos em Jerusalém levou a uma grande crise na história da igreja. O ciúme e a mente farisaica estava tão excitada que uma divisão entre Jerusalém e Antioquia foi ameaçada naquele período inicial da história da igreja. Mas Deus governou em graça, e o problema quanto à Antioquia foi felizmente resolvido. Mas o fanatismo dos crentes judeus era insaciável. Na igreja em Jerusalém eles ainda conectavam ao cristianismo os requisitos da lei, e procuravam impor esses requisitos aos crentes gentios.
Alguns dos cristãos judeus de cabeça mais fechada desceram à Antioquia, e asseguraram aos gentios que, a menos que eles fossem circuncidados segundo o costume de Moisés, e que guardassem a lei, eles não poderiam ser salvos. Paulo e Barnabé não tiveram pequena discussão e contenda com eles; mas como era uma questão muito pesada para ser resolvida pela autoridade apostólica de Paulo, ou por uma resolução da igreja em Antioquia, foi decidido que uma delegação deveria subir à Jerusalém e pôr a questão diante dos doze apóstolos e dos anciãos. A escolha de quem deveria levar a questão, naturalmente, caiu sobre Paulo e Barnabé, já que tinham sido os mais ativos na propagação do cristianismo entre os gentios.




PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO
1. INTRODUÇÃO
•        Em sua primeira viagem, Paulo e Barnabé partindo da cidade de Antioquia da Síria desceram até a Seleucia, distante 25km de Antioquia da Síria, de onde navegaram 208 km até o Porto de Salamina, extremidade Oriental da Ilha de Chipre que ficava localizada na parte Leste do Mar Mediterrâneo.
•        De Salamina, eles atravessaram a ilha até Pafos, a capital da província, distante 144km a Sudeste. Deus já havia criado as condições favoráveis à pregação do evangelho.
Esta ilha era a terra natal de Barnabé e era um campo adequado para a obra missionária, pois tinha grande população judaica. Alguns anos antes, o evangelho já havia sido pregado ali (At 11.19,20) com algum sucesso.
2. DESENVOLVIMENTO
 O Espírito Santo deu ao apóstolo, uma estratégia de em toda cidade aonde chegar, pregar o evangelho primeiramente nas sinagogas, fato que se tornou uma marca do trabalho missionário de Paulo (At 13. 14,42,43; 14.1; 17.1,10; 18.4,19; 19.8).
Como a ilha era habitada por gregos e judeus, os apóstolos, primeiro pregavam aos judeus e depois aos gregos (Rm 1.16).
Em Pafos, um judeu mágico, falso profeta chamado Bar-Jesus At 13.6), não permitia que o Procônsul, que era a autoridade máxima da Ilha, ouvisse o evangelho. Paulo repreendeu aquele filho de Belial e o Procônsul aceitou a Cristo como Salvador (At 13.6).
•        De Pafos eles navegaram para a cidade dePerge, capital da província da Panfília, no Sul da Ásia Menor. Paulo já tinha pregado o evangelho na Silícia, quando se converteu a Cristo, e voltou para Tarso (At 9.30), de onde Barnabé o trouxe para a Antioquia da Síria (At 11.25,26).
Paulo desembarcou emAtália, porto marítimo de Perge, de onde João Marcos voltou para casa e Paulo e Barnabé prosseguiram viagem paraAntioquia da Psídia, que ficava na Frígia, mas muito perto da Panfília, a 160 km ao norte de Perge e 1.100m acima do nível do mar, às margens de uma importante estrada romana.
Em Antioquia da Psídia uma grande multidão creu e aceitou a Cristo, mas os judeus tomados de inveja expulsaram a Paulo e Barnabé.
Ali os dois apóstolos notaram que como os judeus estavam rejeitando a Cristo, Deus os estava enviando aos gentios. Quando os gentios ouviram isto, glorificaram ao Senhor (At 13.44-51).

•        De Icônio eles foram para Listra e Derbe. Estas duas cidades junto com Icônio pertenciam a província romana da Galácia.
Em Listra, Paulo e Barnabé dirigiram-se a uma audiência puramente pagã, quando Deus curou um aleijado                           
O povo tentou adorar a Paulo e Barnabé, porque diziam: os deuses se fizeram homens e baixaram a nós (At 14.8-18).
Depois destes milagres, judeus vindos de Antioquia da Psídia e de Icônio, juntaram-se em Listra e instigaram as multidões contra Paulo e apedrejaram o apóstolo. Julgando que ele estivesse morto o lançaram fora da cidade (At 14.19).
No outro dia, os crentes ajudaram a Paulo e Barnabé e os levaram para Derbe, uma cidade de fronteira Licaônica, na parte sudeste da Galáxia, 80 km a Sudeste de Listra.
Nesta primeira viagem missionária de Paulo ocorrera com grande sucesso. Milhares de pessoas aceitaram a Cristo. Deus abrira a porta da fé aos gentios e eles tiveram acesso às bênçãos do evangelho (1 Co 16.9; 2 Co 2.12; Cl 4.3).
Inclusive, deixando os judaizantes enciumados. “Os gentios devem cumprir a lei para a salvação” (At 15.1-5).
No entanto, eles desconheciam que a salvação dos gentios era o cumprimento das promessas de Deus feitas a Abraão de através dele, abençoar todas as nações.
Os relatórios da viagem dos apóstolos Barnabé e Paulo na igreja da Antioquia, foram recebidos com muita alegria, porém começava a surgir uma grande ameaça dentro da própria igreja.
Muitos, vindos da Judéia, ensinavam aos irmãos que deviam se circuncidar (At 15.1), e o argumento era muito forte, pois a circuncisão era uma exigência perpétua (Gn 17.9-14). Jesus foi circuncidado e nunca falou contra a circuncisão.
3. CONCLUSÃO
Concílio de Jerusalém
Foi então organizado em Jerusalém, um Concílio para se discutir a questão da circuncisão e da guarda da Lei de Moisés pelos crentes gentios, como queriam alguns da seita dos fariseus, que tinham crido no evangelho e diziam que era mister circuncidar todos os gentios que haviam recebido a Cristo como Salvador, e também obrigá-los a guardar a Lei de Moisés (At 15.1-6).
Paulo e Barnabé foram enviados pela igreja de Antioquia da Síria ao Concílio de Jerusalém para expor aos apóstolos o que Deus vinha operando entre os gentios. Naquela reunião de Jerusalém, a igreja decide que a circuncisão já não é necessária.

O Espírito Santo guia e dirige os assuntos desta importante reunião, da qual Lucas dá um relato completo, conforme podemos observar:
1.       Introdução do tema da circuncisão em Antioquia (At 15.1,2).
2.       O conflito em Jerusalém (At 15.3-5).
3.       Os discursos (At 15.5-21).
4.       A carta do Concílio aos crentes gentios (At 15.22-29)
5.       O relatório para a igreja (At 15.30-35).



SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (por volta de 51 d.C.)
INTRODUÇÃO
Prosseguindo o estudo das viagens missionárias de Paulo, apresentaremos uma visão panorâmica dos resultados alcançados na primeira e segunda viagens e como o evangelho chegou na cidade de Éfeso, onde Paulo estabeleceu sua base missionária para evangelização da região da província da Ásia menor, da Frígia, Psídia, Panfília, Bitínia, Capadócia, Galácia, Macedônia e Acaia e como se propagou em pouco tempo chegando na Trácia, no Ponto, Ilíria, Itália, Ilha de Chipre, Ilha de Creta e até mesmo na Espanha.
O apóstolo Paulo chegou à Macedônia, nesta sua segunda viagem, acompanhado de Silas que tinha seguido com ele desde Jerusalém (At 15.40), o jovem Timóteo, que se juntara à comitiva em Listra (At 16.1-3), e Lucas o médico amado que se uniu á comitiva missionária em Trôade (At 16.10,11).
Depois de ser impedido pelo Espírito Santo de pregar o evangelho na província da Ásia que ficava localizada no Oeste da Ásia Menor e incluía a cidade de Éfeso onde Paulo pretendia estabelecer uma base missionária, mas ainda não tinha chegado o tempo de Deus.
Então, o apóstolo pensava seguir viagem para a Bitínia  mas o Espírito de Deus o impede (At 16.6,7).
2. DESENVOLVIMENTO
PAULO CHEGA A REGIÃO FRÍGIO-GÁLATA
Não podendo pregar o evangelho na Àsia e na província da Bitínia que ficava próxima ao Mar Negro, a  comitiva missionária partindo de Listra, seguiu para Noroeste.

Circundando o território da Ásia Menor, passaram próximo ao território da Bitínia e se voltaram para Oeste. Contornaram a Mísia e chegaram à Trôade, na Costa do Mar Egeu, cidade próxima da antiga e lendária Tróia.
Em Trôade, através de uma visão á noite, um homem macedônio rogou a Paulo que para que fosse à sua terra, Macedônia, para o ajudar. Paulo e Silas entenderam que Deus os chamava para pregar o evangelho na Macedônia (At 16.9,10).
LUCAS O MÉDICO AMADO JUNTA-SE Á COMITIVA
Acompanhados por Lucas, natural da região, chegaram á Macedônia.
Paulo seguiu pela via Ignácia de Filipos até Tessalônica.
E poderia ter continuado por ela em direção Oeste, pois era para Macedônia que ele fora chamado para pregar o evangelho e a Via ignácia atravessava a Macedônia até o Mar Adriático e terminava no Porto de Dirrácio.
Saindo de Tessalônica, Paulo deixou a estrada principal e se dirigiu á Beréia que ficava ao Sul.
A cidade de Beréia era chamada por Cícero de “oppidum devium”que significa “fora do caminho”. Embora as circunstâncias obrigassem a Paulo seguir para Beréia, pois ele foi levado pelos seus amigos. A intenção dele era seguir pela Via Ignácia de Leste ao Oeste, até Dirrácio, atravessar o Mar Adriático e chegar na Itália e assim à Roma.
Sete anos depois quando escreveu sua carta aos romanos, ele mencionou o seu desejo de chegar até Roma, mas fora impedido (Rm 1. 13; 15.22).
PAULO EM BERÉIA
Na Beréia os judeus ouviram-no de modo cortês e sem preconceitos, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de fato como Paulo falava em relação às profecias do Antigo Testamento.
Entretanto aqueles que haviam criado dificuldades para Paulo em Tessalônica, vieram e suscitaram semelhante agitação ali. Era aconselhável que Paulo saísse da Macedônia até que até que a agitação na província se acalmasse.
Por isso, os irmãos da Beréia o levaram até à Costa, o embarcaram em um navio e o acompanharam até Atenas, que ficava na Província da Acaia. Passaram pela Tessália entre Beréia e Atenas porque os irmãos entenderam que a Tessália não oferecia segurança para Paulo (At 17.13-15).
O EVANGELHO NA ACAIA      
Ao chegar em Atenas, Paulo havia deixado para trás três congregações: Filipos, Tessalônica e Beréia.
A ida de Paulo à Macedônia não fora em vão. Paulo tinha certeza que se os cristãos da Macedônia assumissem um compromisso sério com o evangelismo, a obra de Deus poderia prosperar naquela região, o que se confirmou mais tarde. “Por vós soou a Palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou” (1 Ts 1.8).
PAULO EM ATENAS
Após sua chegada em Atenas ainda sentindo as marcas da perseguição que havia enfrentado em Listra, Icônio, Antioquia da Pisídia, Filipos, Tessalônica e Beréia, pela primeira vez Paulo não sofria perseguição ou violência física.
Mas a frieza espiritual dos atenienses e sua indiferença para com a Palavra de Deus, era mais difícil para Paulo que as dificuldades enfrentadas nas cidades acima mencionadas.
Atenas era uma das principais cidades da Grécia, considerada líder nas Artes e na Filosofia. Nela havia os filósofos epicureus que criam que a felicidade e o prazer eram o sumo bem da vida.
Em sua análise, Paulo percebeu que os atenienses eram extremamente idólatras (At 17.16).
Lucas, conta que Paulo via os templos, os altares e as imagens de Atenas, com os olhos de quem foi criado dentro do monoteísmo judaico e do princípio de não fazer imagens, segundo o decálogo.
O que os levou a escrever: “As coisas que os gentios sacrificam, aos demônios as sacrificam, e não a Deus” (1 Co 19.20).
E acrescenta: “Outros mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível ou qualquer outra coisa....” Rm 1.23-25).
Atenas fora para Paulo bem menos encorajadora do que as cidades da Macedônia. Provavelmente, não estava no seu programa quando atravessou o Mar Egeu até à Macedônia, virar para o Sul para a província da Acaia.
Mas ele foi correndo de uma cidade da Macedônia para outra, como se não houvesse lugar para ele naquela província.
Apesar da certeza anterior de que Deus o chamara para pregar o evangelho na Macedônia, sua pregação deixou muitos frutos.
Em Filipos, tinha Lídia e Lucas. Em Tessalônica, Jasom, Aristarco e Secundo. Na Beréia, tinha Sóprato, filho de Pirro.
O EVANGELHO EM CORINTO
                       Desde o ano 27 a.C. a cidade de Corinto tinha se tornado a capital da província romana da Acaia e ficava 80 km a Sudoeste de Atenas.

Corinto estava localizada na Costa Ocidental de um ínstmo estreito que ligava a Grécia Setentrional à Meridional. Esta estreita faixa de terra estava na rota marítima entre a Ásia Menor e a Itália.
Corinto oferecia muitas vantagens comerciais e estava situada entre os portos de Cencréia e Lechauem. Paulo chega a Corinto cansado e com o espírito quebrantado, provavelmente pelas experiências  nas cidades anteriores: Listra, Derbe, Icônio, Filipos, Tessalônica, Beréia e Atenas.
Enquanto Atenas era a capital da cultura, Corinto era a capital da depravação e uma das cidades mais devassas da época.
Tinha um porto de forte comércio com muitos marinheiros de diferentes regiões e muitas atrações ao prazer e à licenciosidade.
Ali estava o templo de Afrodite, com mais de mil prostitutas cultuais, que à noite saíam dos templos, infiltrando-se na cidade com suas práticas abomináveis.
A cidade era tão devassa, que o termo “korintianizomai” que significa agir como um Corinto, tinha adquirido o sentido de “cometer fornicação”.
Apesar da condição moral, foi nesta difícil cidade que o apóstolo Paulo organizou uma das maiores igrejas do mundo gentílico.
Paulo chegou na cidade de Corinto por volta  dos anos 50 d.C.
Corinto tinha mais de duzentos e cinquenta mil habitantes livres e quatrocentos mil escravos, segundo relato da Bíblia de King James, na introdução da Carta 1º. Coríntios.
CORINTO SE RENDE À PALAVRA DE DEUS
Quando Paulo chegou em Corinto, Deus já havia providenciado todas as condições necessárias para a evangelização daquela cidade.
A sua chegada em Corinto coincidiu com a saída dos judeus de Roma por um decreto do Imperador Cláudio, expulsando a Colônia Judaica daquela cidade.
Paulo encontrou um casal de judeus expulsos de Roma: Áquila e Priscila, sua esposa. Ele era natural de Ponto, uma província no extremo Norte da Galácia e da Capadócia às margens do Mar Negro, atual Turquia Oriental.
E Priscila era natural de Roma. Tinham uma fábrica de tendas, onde Paulo arrumou emprego para ganhar o seu sustento (At 18.1-2).

Por esse tempo, Silas e Timóteo chegaram da Macedônia (At 18.5) e Deus teve um encontro com Paulo, onde o Senhor lhe fala em visão: “Não temas, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9-11).
Paulo permaneceu em Corinto, um ano e seis meses.
O EVANGELHO PENETRA NA ALTA SOCIEDADE DE CORINTO
Neste período de tempo, pessoas influentes daquela cidade começaram a aceitar Cristo como Salvador.
A primeira igreja coríntia foi na casa de Tito, o Justo, um dos homens mais nobres daquela cidade, um gentio que aceitou a fé cristã na sinagoga.
Era cidadão romano e pertencia a uma família nobre próxima do Imperador. Acredita-se que ele era Gaio, que Paulo chama de meu hospedeiro (Rm 16.23; At 18.7).
Depois, Jesus salvou Crispo, um dos principais da sinagoga a quem Paulo batizou, com toda sua casa (At 18.8).
Em toda sua vida, Paulo não teve amigos ou ajudantes mais leaIs do que Áquila e Priscila. Mais tarde, quando escreveu sua carta aos romanos diz: “Saudai a Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus. Os quais pela minha vida expuseram suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16.4,5).
 PAULO SEGUE PARA ÉFESO
Na primavera do ano 52 a.C. Paulo deixa Corinto e com seus amigos Priscila e Áquila, atravessa o mar Egeu e chega à Éfeso (At 18.1-9).
Como de costume, inicialmente visitou a sinagoga e os judeus ficaram tão impressionados com o que Paulo tinha a dizer que pediram para ouvir mais.
Porém Paulo desculpou-se por causa de um compromisso em Jerusalém. Acredita-se que ele devia estar em Jerusalém por ocasião da Festa da Páscoa ou Pentecostes (At 18.21).
Havia se passado mais de dois anos que Paulo tinha partido de Jerusalém junto com Silas.
Assim, embarcou no Porto de Éfeso e viajou aproximadamente mil e trezentos quilômetros até Cesaréia na Palestina, deixando em Éfeso, Priscila e Áquila para continuar a obra que tinha começado.
De Cesaréia ele seguiu um pouco mais de cem quilômetros até Jerusalém. Visitou a igreja mãe e depois seguiu para o Norte até a Antioquia da Síria, sua Igreja de origem, refazendo os contatos com os irmãos e amigos.



TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA DE PAULO (por volta de 54 d.C.)
1. INTRODUÇÃO
Na sua terceira viagem Paulo parte de Antioquia.
Após permanecer alguns meses em Antioquia da Síria, Paulo levantou os olhos para os campos brancos para a ceifa.
Estava chegando o outono do ano 53 d. C. quando ele partiu por terra, com um destino bem definido – Éfeso, uma das principais cidades da Ásia Menor.
Não se sabe quem foi seu companheiro nesta viagem.
Barnabé e João Marcos formaram uma segunda equipe missionária e foram para Chipre (At 15.39). Lucas, desde a metade da segunda viagem ficou para cuidar do trabalho em Anfípolis e Filipos. Silas e Timóteo ficaram cuidando das igrejas na Macedônia e Acaia.
Seguindo para o Norte, acredita-se que Paulo tenha passado por Alexandria da Síria, atual Iskenderun.
Depois. curvando para o Oeste, seguindo pela estrada de Meposuestia, Adana e Tarso, sempre confirmando as igrejas (At.18.23).
PAULO CHEGA NA REGIÃO DA FRÍGIA E DA GALÁCIA
Primeiramente passou em Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia.
Nesta caminhada para o Oeste, o apóstolo atravessou a região Frígio-Gálata que ele tinha uns três anos antes atravessado com Silas e Timóteo (At 18.23).
Deixou a estrada principal que seguia pelos Vales do Lico e do Meandro, seguiu por uma estrada mais ao Norte, chegou a Éfeso pelo lado Norte do Monte Messogis, atual Aydindaglari.
O apóstolo Paulo chegou na cidade de Éfeso no fim do verão do ano 53 d.C. onde ficou por quase três anos conduzindo a evangelização da própria cidade e da província da Ásia. Sendo ajudado neste trabalho por vários companheiros, em sua maioria, filhos na fé.
FRUTO  DAS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO                                                                                                                                                                                                                                                
 Quando Paulo chega a Éfeso e estabelece  sua base   missionária ali, os frutos da primeira e segunda viagens  já surgiam com todo vigor.
 Deus tinha levantado grandes homens, frutos do trabalho evangelístico por onde ele passou.

Alguns eram responsáveis pelas igrejas em suas cidades entre os quais, Epafras, que evangelizou as cidades Frígia do vale do Lico, Colossos, Laodicéa e Hierápolis, em um trabalho eficiente que Lucas diz que todos os habitantes da Ásia ouviram o evangelho (At 19.10).
Na Beréia, tinha Sóprato, filho de Pirro.
 Em Tessalônica tinha Aristarco e Secundo.
De Derbe, última cidade da primeira viagem missionária com o companheiro Barnabé, tinha Gaio de Derbe, como era conhecido aquele obreiro.
Tíquico e Trófimo da província da Ásia, sendo o último, um cristão gentil de Éfeso.
E o que dizer de Timóteo originário de Listra, companheiro de lutas e de sofrimento, homem fiel à  toda prova?                                                                   
CONCLUSÃO
O ministério de Paulo em Éfeso foi impressionante.
A pregação do Evangelho por quase três anos provocou uma grande agitação na cidade.
Uma Igreja forte ficou organizada. Durante a sua existência, homens como Paulo, Apolo, Timóteo e o apóstolo João foram seus líderes.
A mensagem do evangelho abalou de tal maneira aquela cidade que a estrutura dos adoradores e dos negociantes, nos negócios ligados à deusa Diana, foram afetados (At 19.23-28).

- Trabalho de pesquisa para elaboração de tese sobre a biografia de Paulo
Prof. Manoel Messias


Nenhum comentário:

Postar um comentário