sábado, 17 de fevereiro de 2018

O secularismo é definido como profano (versus sagrado) 

OS DESAFIOS CRISTÃOS AO CRITICISMO DO SECULARISMO

É necessária uma análise do conceito da palavra “secularização” para entendermos como o deus deste século trabalha de forma ardil no mundo espiritual. E será possível uma compreensão detalhada de como as coisas estão acontecendo no mundo pós-moderno.
A palavra “Secularismo” vem do latim “saeculum” faz referência a uma época ou de uma geração. No latim eclesiástico, significa “o mundo”, ou “a vida do mundo” que pode também significar “o espírito do mundo”, que se entende vem o sentido da palavra “secularização”. No estudo contemporânea, secularismo e humanismo são frequentemente entendidos como humanismo secular, que faz uma abordagem à vida de pensamento, indivíduo e sociedade, que glorifica a criatura em vez do Criador.

“O que é secularismo? Termos afins a este conceito são materialismo, humanismo, racionalismo, consumismo, existencialismo, religionismo, nominalismo e mundanismo. Secularismo é o inverso da espiritualidade bíblica na vida do crente. Secularismo é, no caso da vida da igreja, uma forma sutil, capciosa, ardilosa e disfarçada de corrupção na igreja. Seus pecados são, na maior parte, pecados do espírito. ” [Gilberto. Revista obreiro, p. 37].

De certa forma, já é notado que o secularismo já é presente em algumas igrejas cristãs. O secularismo força a crença na profanação do sagrado. Quando uma igreja se torna secular, os valores espirituais não são mais valorizados e da ênfase a exaltação humanas e valores materiais. Há igrejas, que já se transformaram em palcos de entretenimentos, animações e levando pessoas a motivações emocionais. A Bíblia, porém, afirma: “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).

A humanidade vivenciou diferentes momentos ao longo da história, com características bastante específicas que contribuíram para distinguir de forma clara uma época da outra. A Era Moderna, por exemplo, teve como marca o avanço do conhecimento humano, o advento da industrialização, a predominância da luta ideológica, a expansão da fé cristã ao redor do mundo, a proliferação das seitas e a aceitação das religiões vindas do oriente e a miscigenação ocidental.  

Já os tempos Pós-Modernos, este que estamos vivendo, são apontados pelo progresso, mas sobretudo pelos conflitos e contradições da Era Moderna, e possuem, por isso mesmo, características bastante peculiares. Assim, a Igreja e seus obreiros se vêem diante de um grande desafio, o da secularização, prática esta que pode esvaziar a religião existente. Na Pós modernidade, a religião deixou a dimensão pública e passou a restringir à esfera privada. Numa tentativa de se libertar da cultura religiosa com padrões morais absolutos, o indivíduo pós-moderno criou uma religiosidade interior, subjetiva e sem culpa.

 Neste sentido, as pessoas optam por suas “preferências” religiosas sem se importarem com as opiniões contrárias. Os critérios que orientam essas escolhas são todos pessoais e subjetivas, não tem o respaldo das Escrituras Sagradas. E que mais intriga é que esse novo modelo não impõe sua nova fé a ninguém. Na Igreja, o que antes era convicção, hoje tornou-se opção. Os mandamentos divinos passaram a ser “sugestões divinas”. A Igreja passou a ser orientada por aquilo que “dá certo” e não por aquilo que “é certo”.

Os Cristãos que afirmam racionalidade, entretanto, devem estar preparados para aceitar duras críticas, e para cultivar uma atitude de autocrítica dentro de suas próprias comunidades. As doutrinas e formas de espiritualidade consideradas tradicionais, junto com a própria Bíblia, pode se dizer que não estão isentas de investigação crítica. Esta se torna necessária devido a aliança entre fé e razão.

 Nesta investigação, a confiança Cristã na verdade de Deus e de Sua revelação deve ser forte o bastante para crer que a verdade não vai sucumbir a nenhuma descoberta da investigação crítica. Certo que há formas de críticas vis e preconceituosas que sendo distorcidas pressupõe uma visão de mundo secularista que são maléficas à fé Cristã. Para que a investigação crítica possa florescer, tais falsos críticos tem que ser firmemente expostos e de forma severa rejeitados.

Concluo que, se pensarmos que devemos blindar a verdade revelada de Deus da investigação crítica, na verdade demostramos nossa descrença. A investigação, enquanto pode as vezes apresentar suas dificuldades, irá no final realçar a gloria da verdade de Deus. A nossa crença na verdade, na anunciação da vida, será nossa única resposta, também da igreja aos desafios do secularismo.

No livro de Dean Kelley, escrito há quase vinte e cinco anos atrás, com o título em inglês, Why Conservative Churches Are Growing (Porque Igrejas Conservadoras Estão Crescendo). O que as pessoas estão buscando na religião é uma alternativa plausível, ou no mínimo um complemento à vida numa sociedade secular. A religião que é nada mais do que ou provavelmente não será nada interessante.



Manoel Messias

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